As Institutas I, II, III.



1. O CONHECIMENTO DE NÓS MESMOS NOS CONDUZ AO CONHECIMENTO DE
DEUS

*Nosso conhecimento está basicamente expressado em dois estágios: o conhecimento de Deus e de nós mesmos.

*Porem, como estamos por eles entrelaçados, dificilmente determinaremos qual dos dois precede e qual origina o outro.

*Nossa depravação vem nos lembrar que em Deus, e somente nEle, habitam as luzes da sabedoria, da virtude e da piedade.

*É notório que o homem nunca alcançará o verdadeiro conhecimento até que venha contemplar o divino, e após essa contemplação poder olhar para si mesmo.

*É indiscutível que na mente humana exista de fato, por instinto natural, algum senso de divindade.

* Todos nós ainda que os mais pagãos sejamos, estamos invadidos da convicção de que existe um Deus e até a idolatria é uma evidência desse fato.

*Mas, embora a experiência ensine que a semente da religião é divinamente semeada em todos, poucos a apreciam no coração.

*Uns se perdem em observâncias supersticiosas; outros, de propósito definido, se revoltam contra Deus; e muitos pensam em Deus contra sua vontade, nunca se aproximando d'Ele se não sendo arrastados à Sua presença.


2. O CONHECIMENTO DE DEUS NOS LEVA AO CONHECIMENTO DE NÓS MESMOS

*A perfeição da bem-aventurança consiste no conhecimento de Deus, e nós ficamos satisfeitos não apenas em depositar em nossas mentes a semente da religião da qual já falamos,

*Mas também em manifestar Suas perfeições em toda a estrutura do universo,

*Que diariamente se coloca a nosso ver, para que não possamos abrir nossos olhos sem sermos obrigados a contemplá-lo.

*E ninguém, por mais aborrecido e analfabeto que seja, possa alegar ignorância como desculpa.

*Então aparece a ingratidão dos homens, que, embora tenham em si próprios uma fábrica de inúmeras operações Divinas, em vez de louvá-Lo, se inflam mais com seu infundado orgulho.

*Poucos existem entre nós que, ao erguer os olhos para os céus ou olhar para o exterior na terra, alguma vez pensam no Criador!

*Em vão, por causa de nossa falta de educação, a criação exibe tantas lâmpadas brilhantes acesas para mostrar a glória de seu Autor.

*E mesmo assim se põe a nosso dispor para nos guiar adequadamente a Deus o Senhor, acrescentando a luz de Sua Palavra para tornar conhecida a Sua salvação.


3. O HOMEM ANTE A MAJESTADE DIVINA

*As Escrituras são as Palavras que revelam o Deus que não pode ser conhecido, exceto pela fé.

*E quando o homem de Deus é tocado pelo Espirito Santo, e pela fé reconhece as Escrituras com o selo de sua autoridade, ele mostra sua reverência pela verdade, poder e majestade de Deus.

*É impossível tentar, através de discussões infundadas desenvolver completa fé em Deus.

*Aqueles que recebem a palavra pela fé de Deus, são ensinados interiormente pelo Espírito Santo a reverencia-lO implicitamente, pois levam consigo o testemunho de quem Deus é e o que Ele pode fazer.

*Agostinho nos lembra que todo homem que tiver algum entendimento em assuntos tão elevados deve possuir anteriormente piedade e paz mental.

*Para nos direcionar ao Deus verdadeiro, a Escritura exclui todos os deuses dos pagãos.
Essa exclusividade aniquila toda divindade dos ídolos que os próprios homens criam para si, por sua própria vontade.


(Horácio, Sátiras, I.8). "Eu já fui o tronco de uma figueira, um tronco inútil, quando o comerciante, incerto se deveria me fazer um banquinho, etc., preferiu que eu fosse um deus."


SEJA BEM VINDO, DEUS NOS ABENÇOE