“TIPOS” DE JESUS NO VELHO TESTAMENTO

 Em Teologia Bíblica, “tipos” são coisas (tais como acontecimentos, objetos, animais ou pessoas) que prenunciam outras, as quais, por sua vez, são chamadas
de “antítipos”. Um “tipo” é como se fosse uma “amostra grátis”, um símbolo de algo maior que está por vir. 

Encontramos vários “tipos” de Jesus Cristo no Antigo
Testamento. Eis alguns deles:

 

ADÃO. Ele é um “tipo” de Jesus porque foi um homem perfeito (apenas até pecar; Jesus, por outro lado, jamais pecou). A Bíblia menciona “Adão, o qual é figura daquele que havia de vir” (Rm 5.14). “Porque, assim como por um homem
veio a morte, também por um homem veio a ressurreição dos mortos. Pois como em Adão todos morrem, do mesmo modo em Cristo todos serão vivificados” (1 Co 15.21,22).
 

ABEL o justo, ofereceu excelente sacrifício, aprovado por Deus. Oferta que, mesmo depois de sua morte, ainda fala (Hb 11:4). No trecho seguinte o autor de Hebreus não menciona “outras coisas”, mas “coisas superiores” que Jesus e o sangue da aspersão falam através de Abel (Hb 12:24).

 

MELQUISEDEQUE. É um “tipo” de Cristo porque, sem ser levita, foi sacerdote do Altíssimo. Ele é mencionado em Gênesis, “sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas feito semelhante ao Filho de Deus” (Hb 7.3). Representa Jesus, o qual “foi por Deus chamado sumo sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque” (Hb 5.10).
 

 JOSÉ De todos os tipos de Cristo do VT não há nenhum mais amplo, completo e mais instrutivo que José. Embora o NT não indica que José é um tipo de Cristo, porém, como J. Sidlow Baster comenta, as analogias são demasiadamente numerosas para serem acidentais. O próprio A. W. Pink enumerou mais de cem semelhanças de José com Cristo. "Através do poço e da prisão, rumo ao palácio" - assim pode ser resumida a história de José. "Por meio da manjedoura e da cruz, rumo à coroa de glória" – pode igualmente descrever "os sofrimentos referentes a Cristo e as glórias que os seguiram” (1 Pe 1.11). 

 

MOISÉS renunciou o trono do Egito, preferindo sofrer com o povo de Deus pelo opróbrio de Cristo (Hb 11:23-29(26)). Ele foi profeta (Dt 18:18) e mediador que intercedeu pelo povo (Êx 32:30-32). Moisés é uma figura daquele que haveria de vir (Hb 3.1-6(5)).

 

 DAVI Dentre tantos elementos de analogia entre Davi e Cristo como o ter sido rejeitado para ser ungido rei (1Sm 16:10,11), ter vencido o gigante que desafiava o povo de Deus (1Sm 17:40,49,51), ser mediador da aliança, o fator que norteia sua identidade com forte firmeza tipológica é o seu caráter de pastor (1Sm 16:11) e a sua vocação para Rei. A profecia de Ezequiel 34:11-15,23 aponta para a vinda de alguém que seria ao mesmo tempo Deus e Davi para pastorear o povo de Deus. Jesus é o novo Davi. O próprio título “Filho de Davi” possui aspectos messiânicos e de reino. 

 

O CORDEIRO PASCAL. O animal que foi sacrificado para que, com seu sangue, as casas dos hebreus fossem marcadas, é um “tipo” de Jesus – o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. “Porque Cristo, nossa Páscoa, já foi sacrificado” (1Co 5.7). 

 

A ROCHA de onde saiu água. No deserto, o povo bebeu da água que brotou milagrosamente de uma pedra. Segundo o Novo Testamento, essa pedra era um “tipo” de Jesus. Os israelitas “beberam todos da mesma bebida espiritual,
porque bebiam da pedra espiritual que os acompanhava; e a pedra era Cristo” (1 Co 10.4). 


A SERPENTE DE BRONZE. Ainda no deserto, as pessoas que eram picadas olhavam para essa serpente e eram curadas. Isso acabou se tornando um “tipo” de Jesus. “Pois como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado”, afirmou o Mestre (Jo 3.14). “E eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a mim” (Jo 12.32).
A presença dos “tipos” de Jesus aponta para a sua divindade e nos ajuda a compreender a sua missão. É mais uma forma da Escritura revelar a todos que Cristo é o Filho de Deus, o único e suficiente Salvador

Pastor Marcelo Aguiar

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